Telemetria de resposta neural intra-operatória em usuários de implante coclear

Artigo publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Ano: 2005 Vol. 71 Ed. 5 – Setembro – Outubro – (17º)

Telemetria de resposta neural intra-operatória em usuários de implante coclear
Mariana Cardoso Guedes1,Rubens V. Brito Neto2,Maria Valéria S. Goffi Gomez3, Sandra B. Giorgi Sant’Anna4,Cristina G. Ornelas Peralta5,Arthur Menino Castilho6, Ricardo Ferreira Bento.

  1. Fonoaudióloga Colaboradora do Grupo de Implante Coclear e Audiologia do HC-FMUSP. Especialização em Audiologia pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de SP.
  2. Assistente-Doutor da Disciplina de ORL do HC-FMUSP.
  3. Fonoaudióloga Doutora em Ciências dos Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP.
  4. Fonoaudióloga da Fundação Otorrinolaringologia. Mestre em Fisiopatologia Experimental pela FMUSP.
  5. Fonoaudióloga Colaboradora do Grupo de Implante Coclear do HC-FMUSP. Mestre em fonoaudiologia pela PUC-SP.
  6. Médico Assistente do HC-FMUSP. Estagiário de complementação especializada em otologia e cirurgia de base do crânio do HC-FMUSP.
  7. Professor Associado da Disciplina de ORL da FMUSP.

Resumo:
A possibilidade de realizar o implante coclear em crianças pequenas torna necessário o uso de medidas objetivas para auxiliar a programação do processador de fala. Telemetria é a propriedade que permite, no Nucleus 24®, a obtenção do potencial de ação composto evocado do VIII par (EAP) utilizando o implante como instrumento de estimulação e gravação para o estudo das propriedades neurais remanescentes. Objetivo: Descrever a utilização do sistema de telemetria para a gravação do EAP, caracterizando as respostas obtidas e a sua prevalência na condição intraoperatória. Forma de estudo: clínico com coorte transversal. Material e Método: Medidas das impedâncias dos eletrodos e do EAP em um grupo de 17 indivíduos usuários do implante Nucleus 24® durante a cirurgia. Análise das respostas de acordo com a etiologia, o tempo de duração da surdez e a posição dos eletrodos dentro da cóclea. Resultados: Maior prevalência nos eletrodos apicais e limiares mais elevados nos casos de meningite e otosclerose. Conclusão: A telemetria é eficiente para a verificação da integridade dos eletrodos na condição intraoperatória e para a gravação do EAP, apresentando alta prevalência na população estudada.